Pandemias Ciência e a Arte…
O paradoxo pandêmico
A pandemia de gripe de 1918 foi um evento histórico singular por vários aspecto. Primeiramente por sua gravidade, porém no tecido científico foi a primeira vez que a ciência moderna foi confrontada diretamente pelas forças da Natureza no terreno “natura” fora do laboratório. Hoje no momento da COVID-19 temos uma situação parecida. Na pandemia anterior a 1918, a Peste Negra, ou a Grande Peste, que foi a pandemia mais devastadora registada na história humana e que aconteceu entre 1347 e 1351, vivia-se uma ciência frágil no seu aspecto combativo as necessidades humanas urgentes daqueles dias e anos. Já hoje com a COVID-19 temos supercomputadores e naves interplanetárias em Marte, e ainda estamos perdendo. E a Arte como se comportou? A Ciência e a Arte possuem origem comum e compartilham sua existência na capacidade para formular hipóteses, ideias, abstrações na colocação de problemas, complexidade e possíveis soluções ou resoluções. São baseadas em métodos infra-lógicos. Porém, lá no que concerne a análise, ou o desempenho é que as duas coisas se distanciam muito pois a arte não precisa de análise e vive per si. O lapso de tempo da arte é imprevisível, já o da ciência é incalculável. Às vezes, as pessoas levam um ano, ou uma década, ou duas décadas, para transformar uma experiência em ciência ou arte. A atual epidemia transformou tudo e todos e tudo ficou mais intenso, mais rápido, apesar do mundo estar mais lento. É o que chamo de paradoxo pandêmico. Tem muita ciência & arte sendo feita e será lançado no mundo, porém o que restará após aCOVID-19 se resumirá a uma singularidade e é ainda incerto o que perdurará. Uma coisa é certa, aquele ou aquela que passar por isso sem mudar a sua perspectiva sobre a vida não entendeu nada. Para o futuro, é manter olhos e mente abertos para perceber como a Ciência e a Arte emergirá no presente futuro pós-pandémico.
Referência
- Arte/ciência: uma consciência, por Julio Plaza. Artista multimídia e Professor Titular (aposentado) da Escola de Comunicações e Artes da USP https://doi.org/10.1590/S1678-53202003000100004