O Nordeste do Brasil tem a menor taxa Mortalidade da COVID-19 entre as regiões Brasileiras
Mesmo com os efeito das desigualdades socioeconômicas e vulnerabilidades que agravam aumentam a letalidade.
Mesmo com todo despreparo na esfera federal e com um poder executivo ausente a maior parte do tempo, somado a isso que muitos estados estavam vivendo uma turbulência política transbordante e com ausência de coordenação e falta de maturidade política (vide a relação do RN com a prefeitura de Natal), os estados e localidades mais vulneráveis socioeconomicamente foram capazes de se organizarem minimamente e através de suas capacidades hospitalares conseguiram aumentar o distanciamento físico e tratar de uma parcela considerável de seus doentes, Isto resultou na memor menor taxa Mortalidade da COVID-19 na região Nordeste, quando comparado com as outras regiões.
Prof. José Dias do Nascimento Júnior, (Pesquisador da UFRN)
O COVID-19 se espalhou rapidamente no Brasil no último ano e apesar do sistema de saúde único (SUS) e proteção social, o país apresentou um grande número de óbitos. As respostas governamentais estaduais e municipais ao COVID-19 afetaram o padrão de propagação da epidemia e juntamente com as características intrínsecas de ocorrência de comorbidades, desigualdades socioeconômicas (moradia, situação de emprego, acesso aos planos de saúde), idade da população, etc resultaram na situação atual. Durante a pandemia as taxas de mortalidade e letalidade são resultantes desta dinâmica da doença nas populações correspondentes. De forma gral, podemos calcular a probabilidade de uma doença infecciosa causar uma fatalidade através de duas taxas principais Letalidade e Mortalidade, que são definidas abaixo.
I — Letalidade (the case fatality rate) que é a medida relativa à proporção de óbitos em relação aos casos diagnosticados. Depende de quanto se testa e do lapso temporal até o óbito.
II — Mortalidade (the infection fatality rate) que informa sobre a medida relativa à proporção de óbitos em relação a todos os casos de pessoas infectadas (diagnosticadas ou não).
Na semana do 19 de abril de 2021, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde(CONASS) divulgou os dados de casos e óbitos por região. A análise de dados do CONASS por região é apresentada abaixo.
Nesta análise de dados do CONASS por região, vemos abaixo a distribuição para o Nordeste do Brasil e em seguida as taxas de letalidade e mortalidade.
No Brasil, as desigualdades socioeconômicas são marcantes e afetaram o curso da epidemia. Estados e municípios com alta vulnerabilidade socioeconômica apresentam maiores taxas de letalidade. Por outro lado as respostas dos governos locais e o comportamento da população nos estados e municípios (independente da vulnerabilidade socioeconômica) têm modificado também a dinâmica da doença e ajudado a conter os efeitos da epidemia.
A evolução das nas taxas de mortalidade letalidade apontaram para um panorama atual onde o Nordeste apresente o menor valor de Mortalidade entre as regiões brasileiras. Estes ganho ocorreu possivelmente como função principalmente dos níveis contínuos e elevados de distanciamento físico nos municípios (inclusive os mas vulneráveis socioeconomicamente).
Rio Grande do Norte no ranking nacional da Letalidade
No ranking nacional da Letalidade, o estado do Rio Grande do Norte ocupa hoje a 17a posição, sendo o 4o dentre os 9 (nove) estados nordestinos, que eles MA, PI, CE, RN, PE, PB, SE, AL e BA.
Em 2021–04–21, O Rio de janeiro tem a maior taxa de letalidade do Brasil. 5.91% , seguido por Pernambuco (3.44%), Amazonas (3.41%) e São Paulo (3.25%). O Amapá tem a menor taxa de letalidade do Brasil que é de 1.43%
Vacinação
Abaixo a distribuição da vacinação na pirâmide etária do Brasil em Abril de 2021. A tendência de diminuição por idade (1a dose). Quanto mais novos, menos vacinados. Sem isolamento e com abertura das escolas a base larga da pirâmide alimenta rapidamente a pandemia. Representação feita por @eliaskrainski
Algumas referências úteis,
[1] MOSAIC: COVID-19 pandemics modeling with modified determinist SEIR, social distancing, and age stratification. The effect of vertical confinement and release in Brazil; Published: September 2, 2020, Plos One. Link https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0237627
[2] O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), https://www.conass.org.br/painelconasscovid19/