A astronomia e a revolução das “mulheres computadores”

--

“Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”.

“Brainy Boston Women Learn Sky’s Profoundest Secrets,” Boston Sunday Journal, 10 July 1904.

Esta é uma postagem datada de 08 de março de 2014, no meu blog chamado “reformulations”, inspirada pela atmosfera que experienciei ao entrar pela primeira vez no Observatório de Harvard, um local que foi palco de grande parte da história destas mulheres na astronomia. Lá, deparei-me com vários retratos de Cecilia Payne, Annie Jump Cannon, Williamina Fleming e outras mulheres que marcaram presença nesses corredores. Escrevi este texto porque, naquela época, quase não existiam textos em português sobre a importância de algumas dessas cientistas que contribuíram enormemente para a astronomia estelar. Além disso, ainda não se comemorava o “Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”. Assim, agora, em 2024, decidi revisitar o texto, revisar um pouco da postagem de quase 10 anos atrás, que ficou perdida no tempo, e compartilhá-la neste dia, 11 de fevereiro de 2023 (repostado em 2024)

— — — —

No início do século XX, em vários lugares do mundo, do Observatório de Harvard ao Observatório de Greenwich, contribuiu-se para a revolução da ciência da Astronomia e o nascimento da Astrofísica moderna. Um grupo de mulheres, conhecidas como “mulheres computadores”, revolucionou os passos iniciais do surgimento da astrofísica.

Como elas revolucionaram a astrofísica moderna.

Em 1881, Edward Charles Pickering, diretor do Observatório de Harvard, enfrentava um problema: o volume de dados recebidos em seu observatório superava a capacidade de análise de sua equipe. Durante esse período, ele também tinha dúvidas sobre a competência de sua equipe, especialmente a de seu astrônomo assistente. Então, ele fez o que qualquer cientista do final do século 19 teria feito: simplesmente demitiu o assistente, que era um pesquisador, e o substituiu por uma assistente, Williamina Fleming. Fleming mostrou-se tão habilidosa nos cálculos que trabalhou aqui, neste mesmo prédio onde me encontro agora, na Universidade de Harvard, por 34 anos.

A foto das “Mulheres das mulheres computadores Harvard” foi feita na frente da porta do subsolo no fundo a esquerda. Fonte: Harvard Observatory

Assim começou uma era na história do Observatório de Harvard, onde, durante o mandato de Pickering, de 1877 até sua morte em 1919, mais de 80 mulheres trabalharam para o diretor e sua equipe na catalogação de objetos observados e registrados em placas fotográficas. Os registros eram feitos pelo grupo, não individualmente. Coletivamente, elas ficaram conhecidas como o “Harém de Pickering”. Andando pelos corredores do CfA, vemos as fotos em preto e branco de todas elas em grupo, nos corredores por onde passamos, entre os escritórios e o auditório de seminários e teses, o Phillips Auditorium, na 60 Garden Street.

O termo “Harém de Pickering”, usado para descrevê-las, reflete, de forma negativa, a situação das mulheres naquele momento. Para ilustrar a mudança nas expectativas tradicionais sobre as mulheres nesse “mundo moderno”, permitam-me relatar o caso das seis (de sete irmãs) que começaram a trabalhar entre 1865 e 1889 na academia Mount Holyoke, aberta em 1837. Esse foi um ponto de partida para, pouco a pouco, as universidades começarem a aceitar estudantes do sexo feminino nas ciências. Assim, famílias de classe alta passaram a incentivar suas filhas a participar dos estudos científicos. Edward Pickering, diretor do Observatório, era um desses pensadores progressistas da época, ao menos no que diz respeito à abertura de oportunidades educacionais. Originário da Nova Inglaterra, região nos arredores de Boston, formado por Harvard em 1865, Pickering lecionou física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), situado em Cambridge, ao lado da Universidade de Harvard. No MIT, ele revolucionou o método de pedagogia científica, incentivando a participação dos alunos em experiências. Também convidou Sarah Frances Whiting, uma jovem aspirante a cientista, para assistir às suas palestras e observar seus experimentos.

Foto feita em 19 de Janeiro de 2014 da fachada do SAO-CfA Harvard. Pouco tempo depois, essa pequena cúpula foi removida. A minha sala, na época, era a última do terceiro andar à direita. Esta fachada é historicamente importante na história das “mulheres computadores”, as quais aparecem na foto acima, tratando-se da mesma fachada.
Minha sala quando olhamos de dentro na direção da cúpula mostrada na fota anterior.

A foto das “mulheres computadores de Harvard” foi tirada na frente da porta do subsolo, no fundo à esquerda. O nível da rua era mais baixo. No primeiro andar, as janelas do Phillips Auditorium. Minha sala ficava, na época, no último andar, última sala do lado direito, abaixo da cúpula acima do prédio. Na foto abaixo, o detalhe da janela da minha sala com vista para o pátio de onde provavelmente estava o fotógrafo da famosa foto das “mulheres de Harvard”.

Empregar mulheres era uma atitude progressista, e a abordagem de Pickering para técnicas astronômicas também foi progressista. Em vez de depender exclusivamente de notas feitas a partir de observações provenientes do telescópio, ele enfatizou o uso de fotografias na catalogação desse tipo de observação, ou seja, usava astrofotografia, como chamamos hoje. Pelos relatos, entende-se que foi difícil convencer, e mesmo para Pickering, que era um homem progressista, foi inevitável dedicar algum trabalho e tempo das assistentes para tarefas de escritório. Isto, em grande parte, reforçou a suposição comum da época de que as mulheres eram mais adequadas para aquelas tarefas de secretariado. O fato é que, de certa forma, ele, Pickering, sabia que estas mulheres, conhecidas como “mulheres computadores”, eram a única maneira possível para ele alcançar seu objetivo de fotografar e catalogar todo o céu noturno.

Ao todo, mais de 80 mulheres trabalharam para Pickering durante seu mandato no Observatório de Harvard (que se estendeu até 1918), em uma jornada de seis dias de trabalho por semana, debruçadas sobre fotografias e ganhando de 25 a 50 centavos de dólar por hora. Isto correspondia à metade do que um homem teria sido pago naquela época. O trabalho diário era, em grande parte, clerical. Algumas mulheres analisavam as fotografias, levando em conta defeitos ou fenômenos, tais como refração atmosférica e outros efeitos astrofísicos, com a ideia de tornar a imagem o mais clara e nítida possível. Outro grupo de mulheres classificava as estrelas através da comparação com fotografias de catálogos conhecidos. Outras catalogavam as fotografias por si mesmas, fazendo anotações cuidadosas da data de cada imagem, tempo de exposição e da região do céu que foi fotografada. As notas foram meticulosamente copiadas em tabelas, que incluíam a localização da estrela no céu e sua magnitude. “Foi uma coisa fantástica”, como Fleming anotou em seu diário.

Sala de trabalho em um dia típico, acervo do Harvard College Observatory e do Smithsonian Astrophysical Observatory. O grupo incluía a astrônoma e “computadora” de Harvard, Henrietta Swan Leavitt, Annie Jump Cannon, Williamina Fleming e Antonia Maury.

Williamina Paton Stevens Fleming

Fleming, c. 1890s

Williamina Fleming foi uma astrônoma escocesa-americana. Ela era uma mãe solteira, contratada pelo diretor do Harvard College Observatory para auxiliar na classificação fotográfica dos espectros estelares. Fleming contribuiu para o desenvolvimento de um sistema de designação comum para estrelas e catalogou mais de dez mil estrelas, 59 nebulosas gasosas, mais de 310 estrelas variáveis, 10 novas e outros fenômenos astronômicos. Entre suas várias realizações que avançaram a astronomia, Fleming é reconhecida por sua descoberta da Nebulosa Cabeça de Cavalo em 1888.

Nebulosa Cabeça de Cavalo (ou Barnard 33) é uma nebulosa escura na constelação de Orion. A nebulosa está localizada logo abaixo de Zeta Orionis, estrela que faz parte do cinturão de Órion. Está a aproximadamente 1500 anos-luz da Terra. É uma das nebulosas mais identificáveis devido à forma de sua nuvem escura de plasma, poeira e gases, que é semelhante à cabeça de um cavalo. Foi observada pela primeira vez em 1888 por Williamina Fleming na chapa fotográfica B2312 do observatório da Universidade de Harvard.[ Arnett, Bill (2000). «Horsehead Nebula». Consultado em 21 de junho de 2014]

Em 1878, ela e seu marido emigraram para Boston, Massachusetts, EUA, quando ela tinha 21 anos. Após ser abandonada por seu marido e ficar sozinha com seu filho pequeno, trabalhou como empregada doméstica na casa do professor Edward Charles Pickering, diretor do Harvard College Observatory (HCO). A esposa de Pickering, Elizabeth, reconheceu o talento de Williamina para além das tarefas maternais e domésticas e, em 1879, Pickering a contratou para realizar trabalhos administrativos de meio período no observatório. Em 1881, Pickering convidou Fleming a ingressar formalmente no HCO e a ensinou a analisar espectros estelares. Ela se tornou um dos membros fundadores das “Harvard Computers”, um grupo de mulheres contratadas por Pickering para realizar cálculos matemáticos e editar as publicações do observatório.

Annie Jump Cannon

Annie Jump Cannon (11 de dezembro de 1863–13 de abril de 1941) foi uma astrônoma americana cujo trabalho de catalogação foi fundamental para o desenvolvimento da classificação estelar contemporânea.[

Uma das “mulheres computadores” de Pickering destacou-se por sua contribuição fundamental à astronomia, indo muito além da atividade burocrática de classificar dados. Annie Jump Cannon, desenvolveu um sistema de classificação de estrelas que ainda é utilizado até hoje.

Fiz algumas fotos das várias que existem pelo corredor por onde passamos todos os dias. Annie nasceu em Delaware, em 11 de dezembro de 1863. Seu pai, um construtor naval, possuía algum conhecimento sobre astronomia e estrelas, mas foi sua mãe que alimentou seu interesse desde a infância pela astronomia. De forma geral, os pais de Annie nutriram seu amor pelo aprendizado, e em 1880, quando ela se matriculou na Universidade de Wellesley, tornou-se uma das primeiras mulheres de Delaware a frequentar uma faculdade. Em 1896, Annie Cannon tornou-se membro do grupo de “Mulheres de Pickering”, e estava entre as mulheres contratadas pelo diretor do Observatório de Harvard para completar o Catálogo Henry Draper, mapeando e classificando estrelas com base em placas fotográficas feitas para cada estrela visível no céu com magnitude menor que 9 (V < 9).

O financiamento deste trabalho foi providenciado por Anna Draper, viúva de um médico rico e astrônomo amador, Henry Draper (daí a sigla HD das estrelas que usamos até hoje nos catálogos de nossos trabalhos). A dinâmica do observatório era a seguinte: os homens operavam os telescópios e tiravam fotografias, enquanto as mulheres examinavam os dados, realizavam cálculos astronômicos e catalogavam todas as fotografias e registros durante o dia. A ideia de Pickering era fazer um catálogo o mais completo possível, num projeto de longo prazo que resultaria em indexar e classificar estrelas com base em seus espectros. Um trabalho gigantesco para a época.

Fotos do meu acervo que fiz no corredor onde existem placas de homenagem a Anne Jump Cannon e Cecilia Payne. CfA-Smithonian Observatory, 2014.

Cecilia Payne-Gaposchkin

Cecilia Payne-Gaposchkin (nascida Cecilia Helena Payne; 10 de maio de 1900 — 7 de dezembro de 1979) Astrônoma e astrofísica americana nascida na Grã-Bretanha que propôs em sua tese de doutorado de 1925 que as estrelas eram compostas principalmente de hidrogênio e hélio.

No mesmo corredor aqui do Smithsonian, temos as fotos de Cecilia Helena Payne (10 de maio de 1900–7 de dezembro de 1979). Ela foi uma astrônoma/astrofísica britânica-americana que, em 1925, propôs em sua tese de doutorado uma explicação sobre a composição das estrelas em termos de sua abundância relativa de hidrogênio e hélio. Todos nós, astrofísicos estelares modernos, dependemos disso diariamente, de uma forma ou de outra. Cecilia foi criada pela mãe, que, por uma questão estratégica, optou por investir muito do seu dinheiro na educação de seu irmão. Portanto, a vida não deve ter sido fácil para a jovem Cecilia Payne. Em 1919, ela ganhou uma bolsa para o Newnham College, na Universidade de Cambridge. Em seguida, após assistir a uma palestra de Arthur Eddington em 1919, na qual ele detalhou sua expedição à Ilha do Príncipe, no Golfo da Guiné, na costa oeste da África, para observar e fotografar as estrelas durante um eclipse solar (o mesmo que foi observado em Sobral, no Ceará) que serviria como um teste da teoria geral da relatividade de Einstein, ela decidiu seguir os passos da astronomia. Firme em seu propósito, Cecília completou seus estudos com louvor e foi a primeira aluna da turma pelo critério de notas; porém, como era mulher, não lhe foi concedido o grau acadêmico. Até meados de 1948, a Universidade de Cambridge, na Inglaterra, não concedia graus acadêmicos a mulheres.

Dessa forma, Cecilia Payne percebeu que sua opção de carreira no Reino Unido se limitaria a tornar-se uma professora de crianças. Sendo assim, ela contou com os recursos financeiros que tinha e partiu para os Estados Unidos. Ela deixou a Inglaterra em 1923. Já em Massachusetts, após uma reunião com Harlow Shapley, diretor do Harvard College Observatory, ficou sabendo do programa de pós-graduação em astronomia que estava começando. Esse avanço só foi possível graças a uma bolsa de estudo destinada a incentivar mulheres nas atividades do Observatório. A astronomia sempre foi vanguarda neste aspecto.

A carreira de Payne marcou uma espécie de ponto de não retorno para a possibilidade de doutorados para mulheres no Harvard College Observatory, sob a direção de Harlow Shapley. O Ph.D. de Payne elevou o status das mulheres na comunidade científica, em grande parte dominada por homens. Por esta e outras razões, Cecilia Payne foi uma inspiração para muitos rapazes e muitas outras meninas. Por exemplo, incentivou a família de Feynman, Nobel de Física e muito popular entre os estudantes de física, na direção da física. Mas isso é outra história. Aqui estão minhas fotos do corredor do Smithsonian-Harvard CfA.

— -

Fiz as fotos dos quadros do Observatório de Harvard. Dezembro de 2014

Annie Maunder

Annie Maunder nasceu na Irlanda em 1868. Ganhou uma bolsa de estudos para estudar em Cambridge, onde cursou matemática. Ela foi a melhor do seu ano, porém não recebeu o título de Bacharel, pois este somente poderia ser concedido a homens. Após sua graduação, foi trabalhar como uma “máquina de calcular” no Observatório Real, Greenwich. Era mal remunerada e, na maioria das vezes, fazia trabalho servil. Devido a um golpe de sorte, Annie tornou-se assistente (e depois esposa) de Edward Walter Maunder, que era o diretor do Departamento de Espectroscopia do Observatório. Eles colaboraram em trabalhos sobre o rastreamento de manchas solares, produzidas por intensa atividade magnética solar. No decorrer de sua carreira, Annie renunciou ao seu posto no Observatório, mas continuou trabalhando com o marido. Juntos, mostraram que havia uma ligação entre o número de manchas solares na superfície do Sol e o clima na Terra. Descobriram um período prolongado no qual houve um número anormalmente baixo de manchas solares. Este período ficou conhecido como mínimo de Maunder, termo que é utilizado até hoje. As descobertas de Annie Maunder resultaram no diagrama de borboleta.

Versão moderna do diagrama borboleta publicada por Edward Maunder e com base no trabalho feito com sua esposa , Annie. O diagrama mostra que a localização e variação das manchas solares ao longo do ciclo de 11 anos do sol. O Diagrama parece um pouco como a forma de uma borboletas — daí o nome. (Crédito: NASA). Para saber mais sobre o Diagrama:
http://solarscience.msfc.nasa.gov/SunspotCycle.shtml

Caroline Herschel

Caroline Herschel foi a primeira mulher a descobrir um cometa, encontrando um total de oito. Embora seja mais conhecida por seus cometas, ela também descobriu vários objetos do céu profundo, incluindo a galáxia Sculptor. Caroline nasceu em 1750, em Hanôver, na Alemanha. A partir dos 22 anos, viveu com seu irmão, William, na Inglaterra. Após a descoberta de Urano, William tornou-se astrônomo da Família Real, e Caroline, sua assistente. O Rei George III concedeu a Caroline um salário de £50 por seu trabalho, tornando-a a primeira mulher a ganhar a vida com a astronomia.

Caroline descobriu a galáxia Sculptor, ou NGC 253, em 1783. Esta galáxia está localizada a cerca de 13 milhões de anos-luz da Terra e está passando por uma enorme explosão de formação estelar. É uma galáxia empoeirada; somente ao observá-la no infravermelho é que conseguimos perceber e ver a verdadeira extensão da intensa formação estelar no seu interior.

http://www.eso.org/public/images/eso1025a/

Esta imagem, feita pelo telescópio VISTA e revela os braços espirais da galáxia e o núcleo brilhante. Caroline também descobriu Messier 110. Hoje, é claro, existem muitas mulheres que trabalham em astronomia. As barreiras de entrada não são as mesmos que eram nos dias de Caroline Herschel ou Annie Maunder. Porém há ainda um longo caminho a percorrer para que haja um número razoável de mulheres nas ciências, engenharias e tecnologias.

Com carinho para minhas amigas astrônomas da Sociedade Astronômica Brasileira. Minhas orientadoras de Doutorado que são duas grandes mulheres da Astrofisica Estelar. Importantes não somente na França mas em todo o mundo. S. Vauclair e C. Charbonnel. Merci! E para minhas alunas que estão começando a longa caminhada da Astronomia. Para alto e avante!

Alunas do Grupo de Astronomia Ge3 na UFRN em 2016

Alunas de Graduação em Física da UFRN e futuras Astrônomas. Da esquerda para direita: Marina Ribeiro, Maria Clara Rodrigues F. da Silva, Paola Gessy Oliveira de Melo, Larissa Luciano Amorim, Victória Maria Leão Leitão e Misa Uehara. Foto em Fevereiro de 2016

Alunas do Grupo de Astronomia Ge3 na UFRN em 2022

Para saber mais sobre Websites on Women in Astronomy

https://www.cfa.harvard.edu/~jshaw/pick.html

https://www.cfa.harvard.edu/~alexg/ajc.html

Women in Glass: Women at the Harvard Observatory during the Era of Astronomical Glass Plate Photography, 1875–1975: https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/00218286211000470#fn6-00218286211000470

============

Por Prof. José-Dias do Nascimento Jr. é Ph.D em Astrofísica pela Universidade de Toulouse, França (1999) , pesquisador do Harvard–Smithsonian Center for Astrophysics (CfA-SAO) e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. UFRN, Natal RN.

--

--